Obsessão: intervenção dos Espíritos
Obsessão: intervenção dos Espíritos
Para se compreender questões relacionadas às
obsessões, necessitamos entender alguns esclarecimentos sobre a intervenção dos
Espíritos no mundo corporal.
Kardec esclarece que os Espíritos têm a
faculdade de penetrar nos nossos pensamentos, vendo o que fazemos, pois
constantemente nos rodeiam. Cada um, porém, só vê aquilo a que dá atenção. Não
se ocupam com o que lhes é indiferente.
Podem os Espíritos conhecer os nossos mais secretos
pensamentos e, muitas vezes, chegam a conhecer o que desejaríamos ocultar de nós
mesmos. Nem atos e tampouco pensamentos podem ser dissimulados a eles.
É comum termos ao nosso lado uma multidão de
Espíritos que nos observam, quando julgamos muito ocultos.
Os Espíritos levianos riem das pequenas coisas
que nos pregam e zombam das nossas impaciências.
Os Espíritos sérios se condoem dos nossos
reveses e procuram ajudar-nos.
Assim, os Espíritos influem em nossos
pensamentos e atos muito mais do que imaginamos. Influem a tal ponto, que, de
ordinário, são eles que nos dirigem.
Junto aos nossos pensamentos, outros são sugeridos
que nos acodem a um tempo sobre o mesmo assunto e, não raro, contrários uns aos
outros. No conjunto, os nossos pensamentos e os sugeridos misturam-se. Daí a
incerteza, diante de duas ideias que se opõem.
Os Espíritos imperfeitos nos induzem ao mal para
que soframos como eles sofrem. Porém, isso não lhes diminui os sofrimentos. Fazem
por inveja, por não poderem suportar que haja seres felizes.
Os Espíritos imperfeitos são instrumentos
próprios a pôr em prova a fé e a constância dos homens na prática do bem.
Como Espírito que somos, temos que progredir.
Daí passamos pelas provas do mal, para chegarmos ao bem. A nossa missão
consiste em nos colocarmos no bom caminho.
Se sobre nós atuam influências más, é porque
as atraímos, desejando o mal, em que Espíritos inferiores correm a auxiliar-nos
no mal, desde que desejamos praticá-lo.
Só quando queremos o mal, podem eles ajudar-nos
para a prática do mal. Se formos propensos ao crime, temos em torno de nós uma
nuvem de Espíritos a nos alimentar no íntimo esse pendor.
Mas, outros também nos cercarão, esforçando-se
para nos influenciar para o bem, o que restabelece o equilíbrio da balança e nos
deixa senhor dos nossos atos.
É assim que Deus confia à nossa consciência a
escolha do caminho que devamos seguir e a liberdade de ceder a uma ou outra das
influências contrárias que se exercem sobre nós.
Pode o homem eximir-se da influência dos
Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal, visto que tais Espíritos só se apegam
aos que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os
atraem como um imã.
Renunciam às suas tentativas os Espíritos cuja
influência a vontade do homem repele. Quando nada conseguem, abandonam o campo.
Entretanto, ficam à espreita de um momento propício, como o gato que tocaia o
rato.
Podemos neutralizar a influência dos maus
Espíritos praticando o bem e pondo em Deus toda a nossa confiança, repelindo a
influência dos Espíritos inferiores e aniquilando o império que desejem ter
sobre nós.
Evitemos atender às sugestões dos Espíritos
que suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia e insuflam as paixões
más.
Desconfiemos especialmente dos que nos exaltam
o orgulho, pois que esses nos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que
Jesus, na oração dominical, nos ensinou a dizer: “Senhor! não nos deixes
cair em tentação, mas livra-nos do mal”.
A nenhum Espírito é dada a missão de praticar
o mal. Aquele que o faz, age por conta própria, sujeitando-se, portanto, às consequências.
Pode Deus permitir-lhe que assim proceda, para
nos experimentar; nunca, porém, lhe determina tal procedimento. Compete a nós repeli-los.
Quando experimentamos uma sensação de
angústia, de ansiedade indefinível, ou de íntima satisfação, sem que lhe
conheçamos a causa, é quase sempre efeito das comunicações em que
inconscientemente entramos com os Espíritos, ou da que com eles tivemos durante
o sono.
Os Espíritos que procuram atrair-nos para o
mal aproveitam as circunstâncias ocorrentes, mas também costumam criá-las,
impelindo-nos, mau grado nosso, para aquilo que cobiçamos.
No livro “Nos Bastidores da Obsessão”, do
Espírito Manoel Philomeno de Miranda, na psicografia de Divaldo Pereira Franco,
extraímos alguns textos sobre estas ações do Espíritos.
“Estes fatos transcorrem entre os dois mundos: o dos encarnados e o dos
desencarnados. Estes dois mundos se interpenetram, já que não há barreiras que
os separem nem fronteiras reais, definidas, entre ambos”. (Nos bastidores da
obsessão, Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pg. 12)
“Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o
mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das
potências da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados
ou mal explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos
atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las
com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo
ver-nos “sucumbir e assemelhar-nos a eles”. (Nos bastidores da obsessão, Espírito Manoel
Philomeno de Miranda, pg. 15)
Compilado por: Juan Carlos Orozco
Bibliografia:
CAMPOS, Humberto de (Espírito); (psicografado por) Francisco Cândido Xavier. Boa Nova. 37ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2016.
DENIS,
Léon. O problema do ser, do destino e da dor. 32ª Edição. Brasília/DF:
Federação Espírita Brasileira, 2017.
KARDEC, Allan; tradução de Guillon
Ribeiro. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF:
Federação Espírita Brasileira, 2019.
KARDEC, Allan; tradução de Guillon
Ribeiro. O Livro dos Espíritos. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação
Espírita Brasileira, 2019.
KARDEC, Allan; tradução de Guillon
Ribeiro. O Livro dos Médiuns. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita
Brasileira, 2019.
MIRANDA, Manoel Philomeno de (Espírito), na psicografia Manoel Divaldo
Pereira Franco. Nos bastidores da obsessão. 13ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita
Brasileira, 2016.
ROCHA, Cecília (organizadora). Estudo Sistematizado da Doutrina
Espírita – Programa Complementar – Tomo Único. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita
Brasileira, 2014.
SCHUBERT, Suely Caldas. Obsessão/Desobsessão: profilaxia e
terapêutica espíritas. 3ª Edição. Brasília/DF:
Federação Espírita Brasileira, 2018.

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